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A transformação digital é primeiramente uma transformação cultural. Há muitos anos que ouvimos falar da transformação digital mas sempre pareceu algo distante e vago.

Hoje, não só sabemos que é um imperativo com também vivemos com ela a cada dia. No entanto, ao contrário do que se possa pensar, a transformação digital é em primeiro lugar uma transformação de cultura. Com efeito, as ferramentas (por muito apelativas que possam ser e algumas são-no mesmo!) não são uma panaceia para todos os males. Devem ser em primeiro lugar o suporte necessário a uma organização e forma de trabalhar ágil, colaborativa e com abundância de pontes (por oposição a muros).

De que se trata então esta cultura e como a construir?

  1. CONHECER O CLIENTE: Tanto se fala sobre isto! Tanto, que por vezes se confundem papéis e se chama “cliente” a outras funções. Há que perceber que o Cliente é a entidade que paga as nossas faturas, relativas a produtos ou serviços. Além dos Clientes existem os Utilizadores e outras partes interessadas a considerar e com quem devemos colaborar para encontrar as melhores soluções para o nosso mercado.
  2. FACILITAR E DELEGAR: O fim das estruturas “command-and-control” em que o chefe diz o quê, quando e como tem que ser feito, já foi anunciado. O gestor é agora acima de tudo um facilitador, mentor e coach que explica o que tem que ser feito e porquê, ao mesmo tempo que potencia e desenvolve as suas equipas para que encontrem o como.
  3. ARRISCAR: Entender que quanto mais cedo errarmos e aprendermos com os erros, mais barato fica - para nós e para a organização. Se há coisa que está mais que provada em décadas de trabalho à “velha maneira” é que por muito tempo, esforço e dinheiro que se gaste a tentar blindar todos os aspetos de um projeto, há sempre algo que irá correr mal. Se tivermos essa cultura desde o início do projeto, construiremos desde logo planos alternativos que nos permitam recuperar – e até desviar – de uma possível falha.
  4. AGIR MAIS QUE PLANEAR: Com a pandemia vimos o nosso mundo a tornar-se aindamais VUCA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Isso, no entanto, não é desculpa para não planear, mas é o suficiente para saber que um plano detalhado a 3 anos é simplesmente ineficiente. O correto é ter um plano macro que nos permita saber onde estamos e para onde queremos ir a seguir, garantindo o detalhe necessário e suficiente em cada iteração. Numa viagem espacial, a rota é definida uma vez e ajustada milhões de vezes. Porque é que num projeto poderia ser diferente?
  5. VALORIZAR A COLABORAÇÃO MAIS DO QUE O ESFORÇO INDIVIDUAL: Colaborar não é apenas envolver outros. É integrar, ouvir e acolher as ideias de todos. Esse é o verdadeiro trabalho de equipa. O tempo do Lone Ranger acabou, agora é o tempo dos Avengers, dos Watchmen e de outras equipas de super-heróis que diariamente se superam a bem do todo. 
    Empresas e equipas assim atraem e retêm os seus profissionais, entregam resultados mais rapidamente e têm 5 vezes mais possibilidade de atingir a performance requerida numa transformação efetiva (dados BCG). Importa que cada um de nós seja a mudança que quer ver. Não estamos aqui apenas a fazer o nosso trabalho, estamos a marcar a diferença!

Quinzenalmente partilhamos recursos e reflexões sobre Produtividade, Eficiência, Agilidade e Liderança.